"Questão a resolver: como conciliar a crença que o mundo é, em grande parte, uma ilusão, com crença na necessidade de melhorar essa ilusão? Como ser simultaneamente desapaixonado e não indiferente, sereno como um velho e ativo como um jovem?" Aldous Huxley

sexta-feira

Veneração.

Linda, inteligente, sabe o que quer. Quando passa não deixa escapar um misero olhar. Engraçada, nunca fica sem assunto. Sabe provocar, sabe amenizar, briga com classe e se diverte sem frescuras. Ao mesmo tempo que todos a desejam, todos se intimidam. Impõe presença mas é sutil. É otimista e também realista. Atrai inveja, mas nunca a sente. Tem a perfeita noção de quem é, e nunca se deixa enganar. É forte, decidida, mas às vezes também chora. O ponto é que ela nunca se arrepende, e praticamente nunca erra. Com ela os padrões se dissolvem, moda nenhuma parece certa. Se importa com todos, mas sabe como não ligar para ninguém. Cercada de amigos, quase nunca se sente sozinha. Sabe o que dizer e quando dizer, e também sabe o que não dizer e quando não dizer. Tem dons de todos os tipos, e os controla segundo suas necessidades. Segura de si, ofensa nenhuma a intimida. Segura de si, sabe bem como intimidar ou ofender.

Ela é o padrão, ela é a lei, ela é quem todas queremos ser.

Arte de fingir...

Tão obcecada pela perfeição, tão iludida com os ideais, sempre indo contra as minhas verdades, sempre mascarando as minhas fraquezas. Não ligar é a moda do momento, então porque deixar que notem que eu choro depois do tchau se eu posso pintar um lindo sorriso e enganar o meu espelho? Porque me render e correr atrás, porque me rebaixar e perguntar, porque esquecer ou superar? É tão mais fácil não ligar, tão mais fácil não falar.