Um filme começa poético, confuso e com belas paisagens, tal como o nascimento. A primeira respiração, o primeiro contato à luz do sol, o primeiro vista à grama. Tudo tão puro, tão desinteressado, tão belo.
Então a bela musica acaba, os nomes param de aparecer na tela e a historia começa. Confusa, sem explicações, você é atraído extintivamente a continuar assistindo, para entender, a continuar vivendo, para descobrir.
Chega uma hora, que sem que você perceba, a trama começa a se enrolar, coisas começam a fazer sentido, mocinhos e vilões começam a se separar, e seus brinquedos se substituem por opiniões e revoltas, duvidas e amores.
Assim como o clímax de todo filme não tarda a começar, a adolescência chega. Sem pedir licença, traz consigo conflitos e sentimentos devastadores, tudo acontece para complicar ainda mais todos os fatos, nada parece se resolver e a historia se transforma em um bolo de contradições precipitadas.
Vagarosamente, cada detalhe vai se explicando, e os que não se explicam vão escondendo numa caixa no fundo do estúdio, para serem lembrados em um desfecho próximo. Tudo parece estar se resolvendo, problemas ainda surgem mas já não parecem tão graves, eis a vida adulta, o pós-clímax e o pré-desfecho da vida humana.
Então, quando tudo aparenta perfeita harmonia, nada falta para ser resolvido, quando o sentimento de satisfação finalmente se faz presente, o filme acaba. Nos olhos dos expectadores fica o brilho do desejo da continuação, nos olhos do artista principal, o fosco conformismo contradito pelo balbuciar da lágrima de orgulho. E assim se faz a velhice, calma e bela, com direito à uma trilha sonora emocionante e gaivotas pintando as nuvens.
Quando tudo parece simples, a vida complica, quando tudo parece difícil, a vida acalma, quando tudo parece perfeito, ‘The End’ se faz escrito, e a música inicial, a tensão do meio e a calmaria final se guardam numa só fita, que é bloqueada para ser vista somente uma vez, pelos próprios atores.
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pff, tá mesmo perdendo seu tempo?