Acordando, dormindo, respirando, comendo, falando, vivendo, dia pós dia, século pós século, a população tem se procriado dentro dos padrões e o sistema continua a funcionar. Vez ou outra algo acontece, aquecimento global, término do petróleo, escassez da água, mas nada que mereça muita atenção além daquela falsa e desinteressada. E assim prosseguimos independente do que for, a seguir nosso caminho, a viver nosso destino e a gastar nosso futuro.
Não que haja algo de errado nisso tudo, afinal a vida é tão pequena… Não há tempo à perder para se interessar por qualquer outra coisa que não te afete instantaneamente, certo? Errado.
O que o seu vizinho fez ontem não te afeta. Com quem a beldade do terceiro ano transou também não. A idade com que a amiga da prima da sua colega do inglês abortou um filho muito menos. Suas atitudes te afetam. Suas escolhas também. Seus pensamentos mais ainda.
Pensamentos, por falar neles. Como doem, incomodam e estragam tudo sempre que possível. Na verdade quando é impossível eles também dão um jeitinho. A melhor palavra para defini-los: impertinentes. Ou seria incômodos? Intrometidos talvez. Que seja.
Às vezes eu queria ser um gato domestico: independente, porém com acesso a caricias sinceras e bajulações sempre que necessário, e claro, isento de problemas com relacionamentos e química quântica.
Será que ninguém percebe o tamanho desgaste emocional que se paga para se preocupar com algo? Decidi economizar o meu emocional, a menos que seja restritamente importante. Não me preocupo com mais nada que não resulte no fim do mundo ou na morte dos meus pais. Pelo menos em teoria.
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pff, tá mesmo perdendo seu tempo?