"Questão a resolver: como conciliar a crença que o mundo é, em grande parte, uma ilusão, com crença na necessidade de melhorar essa ilusão? Como ser simultaneamente desapaixonado e não indiferente, sereno como um velho e ativo como um jovem?" Aldous Huxley

quinta-feira

Turbulência calma.


Meio sentada, meio morta, jazia estática com a cabeça derrubada, ombros soltos e pele a mostra. Respirava, ouvia e via, mas o ambiente era tão calmo que não fosse o barulho de suas veias enchendo e vazando. Ao seu redor, livros, canetas, papeis amassados, idéias vagas. Entre pressões e opressões, boas notas eram um dever, estudar uma condição. Seu corpo mal formado e a cabeça menos ainda, não parecia certo um futuro brilhante, na verdade, nada parecia muito certo dentre suas oscilações de humor. Nem alta nem baixa, nem branca nem negra, nem bonita nem feia, indefinida a definia. Adolescência, hora de formar opiniões. Turbulência, hora em que opiniões são inexatas. Vestibular. Amigos. Garotos. Livros. Filmes. Descobertas. Baladas. Decepções. Seu coração palpitava, confuso com tantos comandos do cérebro. Seu intimo se despedaçava, despreparado para tantas contradições. Sua mente gritava, surdo para tantos sinais. Seu todo nada fazia, amedrontado de mais para agir além do ambiente. E era assim, com livros e sonhos que o sol morto ia e voltava, e os dias passavam, e a vida acontecia. Seu nome é insegurança.