"Questão a resolver: como conciliar a crença que o mundo é, em grande parte, uma ilusão, com crença na necessidade de melhorar essa ilusão? Como ser simultaneamente desapaixonado e não indiferente, sereno como um velho e ativo como um jovem?" Aldous Huxley

domingo

Trégua.


Matei um mosquito e me senti culpada. O ceu sujo de nuvens carregadas pareceu sombrio. As garotas gordas me encantaram em suas mini saias. Concelhos e confissões quebraram minha guarda. A insônia chegou com força, e trouxe reflexões atrazadas. A ética me obrigou a maquiar muitas conclusões. Me enganei e gostei do sabor. Assiti a filmes suficientes para ofuscar minha realidade. E depois de polida, ela pareceu um teatro monótono. Em alguma parte daquele inverno eu esqueci de ser dócil. No verão seguinte eu já nem lembrava dos cheiros. Cresci, ou fingi que cresci, e passei a ver tudo em preto e branco. Tentei então me rebelar. Não consegui. Me calei. Aí tentei mudar. Foi dificil. Tentei mais. O sol roubou lágrimas dos meus olhos. Compromissos me roubaram a sanidade. Tentei vingança. Falhei. Rostos sorriram ao meu redor. Rostos se fecharam ao meu redor. Rostos não se moveram ao meu redor. Muitos rostos estiveram ao meu redor. Por todos os lados, com todas as mascaras. Olhei de volta. Sorri de volta. Chorei de volta. Julguei de volta. E por fim, cansei de volta. Agora o tempo está lindo, e eu quase ouço um riacho chiar de longe. Acho que mereço um descanço.