"Questão a resolver: como conciliar a crença que o mundo é, em grande parte, uma ilusão, com crença na necessidade de melhorar essa ilusão? Como ser simultaneamente desapaixonado e não indiferente, sereno como um velho e ativo como um jovem?" Aldous Huxley

sexta-feira

Tempo.


Flores murcham e folhas caem, mas o verão sempre volta.

Resumo.


É tudo uma questão de lógica. É tudo uma questão de sentimentalismo. É tudo uma questão de prioridades. É tudo uma questão de ponto de vista.

quinta-feira

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Papel reciclável
Energia renovável
Ser humano moldável

terça-feira

Cansei.

Talvez eu não seja assim tão ingênua.

Colápso.


Eu não posso fazer alarme. Eu não posso transparecer. Eu não posso ser fraca. Eu não posso querer antenção. Eu não posso me abrir demais. Eu não posso confiar cegamente. Eu não posso machucar ninguém. Eu não posso ser machucada. Eu não posso dizer o que eu penso. Eu não posso pensar muita coisa. Eu não posso pensar. Eu não posso ser quem eu quero. Eu não posso ser como eu quero. Eu não posso esperar nada em troca. Eu não posso esperar nada. Eu não posso mentir. Eu não posso ser sincera. Eu não posso esquecer. Eu não posso lembrar. Eu não posso gostar. Eu não posso odiar. Eu não posso querer. Eu também não posso sentir.

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Dar um tapa e ganhar um beijo arde mais que três tapas.

sexta-feira

Eu.


Primeiro, foi tão claro que quase me cegou. Do céu enegrecido e triste que era minha cabeça, floresceu um flash tão branco e maravilhoso, que chegou a ser trágico. Iluminou cada canto obscuro daquela personalidade forte e errônea que eu quase esqueci, e posso admitir que chegou a doer. Meus olhos ficaram marejados, mas não pouco a pouco como acontece ao lermos romances poéticos. Ficaram marejados como se a água por sobre as retinas tivessem sido cuspidas lá de dentro, como se a luz tivesse tomado seu lugar. E a sensação, foi tão limpa... Tão limpa que chegou a ser inentendivel. Foi ampla e simples, mas isto a fez complexa o suficiente para empenhar-se toda uma vida. Com a mente explodindo e os olhos ardendo, meu instinto de sanidade optou por só senti-la. Se no segundo seguinte eu ainda fosse eu, então pensaria algo a respeito.

Mas o segundo seguinte... Ah, sim, o segundo seguinte... Nele não houve tempo para pensar a respeito. Nele eu nem pude saber se eu ainda era eu. Assim que a luz se apagou, meus olhos arderam. Arderam e choraram. Choraram de saudade da luz e choraram de alivio. Choraram confundidos pelo vácuo que a luz deixou, e choraram o ardume de seu baque. Choraram também em compaixão aos ouvidos. E estes, ah, estes sangraram. Começou com uma vibração no escuro, com algo intrigante e preocupante. E cresceu. Cresceu e não parou. Cresceu e detonou. Eu era toda sons. Não havia matéria e não havia razão. Só som e escuro. Só som e descoberta. Só som e um tapa na cara dos mais estalados. Acordei da vida, e o estrondo foi caindo regressivamente na antiga vibração conturbada. Novamente, o alivio do fim da turbulência veio triste e com gosto de derrota. Quando eu comecei a refletir sobre o que o barulho tinha me contado, o céu se rasgou brilhoso.

A noite turva que ao mundo parecia tão calma se desfez ao toque. Ao toque ríspido e inexplicavelmente delicado que se desenhou nela. E o rasgo não parecia pretender remendá-la. Rasgou a noite, as perguntas e as inseguranças. Rasgou a confiança, a pureza e a lembrança. Mas a noite não sangra. Não, quem sangra não é digno. A noite era tão nobre e tão palida, que de dentro do corte desesperador saiu brilho. Brilho do mais puro, brilho do mais nobre. Saiu um brilho sem pretensão, sem objetivos e sem circunstâncias. Saiu um brilho mágico que curou a ferida. E aquele brilho refletiu na minha derme. Meu couro branco respondeu. Me senti como o ultimo elfo da mitologia nórdica. E o reflexo me sanou. Sanou corpo e mente, fechou feridas e rancores.

Desta vez definitiva, o show de encantos acabou. Olhei para o céu, ele choramingava quieto numa garoa cintilante. Olhei para as estrelas, e elas não pareciam ter mais nada a dizer. Então fechei meus olhos e tornei meu corpo ao vento; deixei a escuridão embalar meu sonho surreal e entendi... Luz esclarece, barulho conforma, rasgos purificam; e eu... Eu vejo, ouço e sinto.

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Não se prendam no interesse das pessoas. É superficial e falso. E, achem isto pessimista ou não, é só especulação para fofocar mais tarde. Quase ninguém se importa de verdade.

quinta-feira

Diga não à vaidade corrosiva.


Se quiser fazer uma boa ação, faça; mas não divulgue.
Se quiser se empenhar nos estudos, se empenhe; mas não se exiba.
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Se quiser evoluir na vida, evolua; mas não regrida aquecendo seu ego.

quarta-feira

Saudade.


Será que agora acabou? Às vezes eu quero de volta, mas não consigo acreditar. Muita coisa foi quebrada, e eu até aprendi a não ligar... Então, se eu fui indiferente, perdão. É que precisar de você doía demais.

terça-feira

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Quanto mais você tenta esconder uma coisa, mais ela tende a aparecer.
E não adianta esconder esta verdade de si mesmo... Já sabe né?

domingo

Bon idée


Don't tell your secrets to anyone
Because ideas are vulnerable
As soon as you say your idea out loud
Then it can go and live on its own
And you will miss it oh so much
And you will wait for it's return
And you will wish it were your own
But ideas that left never come back home
(Bon idée - regina spektor)

sexta-feira

ha ha ha ha ha


Só agora eu percebi...

Que eu posso ser a minha melhor amiga,
Que o que os outros pensam não é a verdade,
Que o que eu sinto nem sempre pode ser dito em voz alta,
Que comprar briga é estupidez,
Que vaidade é um peso,
Que acreditar basta,
Que amor próprio é a alma da felicidade,
Que rir sozinha faz muito bem,
Que querer demais enlouquece,
Que gestos mudos gritam alto,
Que se focar no futuro não é tão chato,
Que relacionamentos são de mentira,
Que precisar e não ter é a pior tortura,
Que dor ensina e musica cura,
Que nem todos querem ver como eu vejo,
Que o clímax fica nos detalhes,
Que desconhecer o amor não faz dele menos real,
Que você nunca foi quem eu pensei.
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Expectativas


Você quer ser de verdade. Você quer sentir plenamente. Você quer ser belo e culto. Você quer ser humilde. Você quer saber que é bom. Você quer que saibam que você é bom. Você quer olhar pra cima e rir da vida. Você quer que os outros entendam o que você diz. Você quer poder ficar no topo. Você quer que o tempo seja favorável. Você quer amar alguém.

Mas sua inteligência tosca não te deixa ser de verdade, e nem sentir plenamente. Sua determinação coagida te afasta da beleza e da sabedoria. Seu fascinio com a perfeição borra sua humildade projetada. Sua baixa estima emudece os elogios. Sua revolta sem sentido eneblina o céu mais azul. Sua sede por voz própria te leva a gritar alto demais. Sua falta de preparo deixa a escalada mais longa. Sua pressa atrasa o tempo. E não, você não sabe... Mas amar alguém é negar tudo isso.

Sobre deus (parte três)

Acho que a parte dois foi por desencargo de consciência. Se deus existe, ele deveria me castigar por isso.

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E se eu te dissesse que ninguém mais liga?

Sobre deus (parte dois)


Quando escrevi a parte um, tive medo de publicar. Tive medo porque não sei se acredito ou não.
Até ontem eu pensei que ser devoto a deus é indiferente, e que sendo uma boa pessoa, o que quer que existisse depois estaria ao meu alcance. Então analizei melhor o medo que confessei na primeira linha, e entendi. Talvez eu não seja uma boa pessoa.

falando nisso,
Até parece prentenção de deus querer ser conhecido e ter um nome que não deve ser utilizado em vão. Me remete ao absolutismo, há tanto superado. Se ele é tão perfeito, por que exige glória e fama? Talvez até deus precise de reconhecimento...

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Ouvi falar que cada um escolhe o seu caminho, e que criticar o caminho do próximo mostra falta de confiança nas próprias escolhas, por tanto: sigam seus caminhos e sejam muito felizes por lá! (:

Sobre deus.


Deus é a personificação do incentivo que os governantes criaram pra tapear o povo. Deus é a lei, o castigo e o vigio. Deus é a justiça e o justiceiro. Deus é a esperança dos fracos, e o medo dos frios. Crer em Deus é esperar algo em troca.

FAÇA O BEM PORQUE QUER O BEM, NÃO PELO SEU BEM.

quinta-feira

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chega de tentar convencer. chega de tentar entender. chega de exibicionismo.

segunda-feira

Um de fevereiro.


Primeiro dia de aula. Tudo cheira diferente. Brilha diferente. Cadernos novos, canetas intactas, a manhã parece mais clara e a tarde mais quente, os comprimentos ao chegar na escola, a maciez da cadeira da sala de aula, a diretora que parece mais grisalha, a professora de matematica que parece cuspir mais a cada ano, a fome no intervalo, a fila da cantina, o calor do pátio, o uniforme clareado, as apostilas novas, o aluno novo...