"Questão a resolver: como conciliar a crença que o mundo é, em grande parte, uma ilusão, com crença na necessidade de melhorar essa ilusão? Como ser simultaneamente desapaixonado e não indiferente, sereno como um velho e ativo como um jovem?" Aldous Huxley

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domingo

http://www.youtube.com/watch?v=QbeHq1CLqJ8

Estou improdutiva para textos. Ultimamente escrevo minha tese em duas linhas, e então me foge qualquer inspiração para continar a escrever. É como se, ao colocar em palavras algo no qual eu acredito, aquilo se mostrasse simplesmente tão óbvio que eu não enxergue necessidade nenhuma em alongar-me no assunto. Também ando cansada de discutir comigo os meus dilemas, apenas os ouço e calo. Se por um lado sinto a vontade crescente de nunca mais falar com ninguém e definhar envolta em minha dor infundada, também se faz presente uma preguiça de tudo isso. Preguiça de me fazer triste, preguiça de me destruir. Porque é uma tarefa árdua, saibam. Pensar o tempo todo, sempre a maquinar agulhadas, me vigiar e censurar... Estou entediada comigo. Sabe aquela relação de casal de meia idade em que um já sabe tudo o que o outro vai dizer, como vai reagir e as sensações que isso despertará? Aquele tipo de casal que já está tão enfastiado de tudo que o parceiro tem a oferecer, que simplesmente se viram para lados opostos e abrem um buraco negro na cama de casal, enquanto reconsideram as solidões do dia assim como deve ser: sozinhos. Essa é a minha relação comigo. Velha, desgastada, monótona e impotente. E é isso, a minha tese.

quarta-feira

Impressões

Um lugar fétido, sujo e pervertido. Paredes descascadas, tijolos quebrados e um cheiro horrível. No chão, uma mulher jovem e feia. O rosto marcado pelo barro já seco, a boca escancarada com um filete de sangue e os olhos entreabertos em uma tentativa - teria tentado? - jocosa de desdém. A roupa estava parcialmente rasgada e os braços e pernas caídos de forma nada equilibrada, na mão esquerda jazia um canivete e no corpo pequenos buracos retos dos quais borbulhara sangue quente há pouco, o mesmo que agora seco e estampado na blusa azul causava repulsa e um sarcasmo doentio. Frio, Pressa, Nojo, Enfastio.
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Blusa de frio larga, colorida e fora da moda. De lã. Cabelo bagunçado, vento e chuva, muita chuva. Doces e risadas, um abraço bem apertado, travesseiros e meias. Em cima da cama, com uma escova na mão e uma pluma de aniversário posando de cachecol, uma mulher está a cantar algum hino de fim de formatura com a maior força possível, remetendo a alguma piada interna do grupo de amigas que estão no quarto. Todas riem, uma se levanta, a empurra da cama e toma seu lugar, cantando com expressões ainda mais forçadas, e dançando propositalmente mal. A que fora empurrada cai no tapete, com as almofadas, ri, sobe outra vez e pega a escova com a outra. Cantam juntas. Brigadeiro. Edredrom. Alegria, Despreocupação, Espontaneidade, Carência.
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Quarto. Ele, com outra. Ela na porta. P da vida. Puta da vida. Fudidissma, a maçaneta da porta bate com força na parede. A tal outra sai de foco. Tanto faz: se esconde, foge, vira pó - não é importante. Ele arregala os olhos e se cobre. Ela não chora. Não chora, não fica estática, não sai correndo. Vai, a passos rápidos, para cima dele, e bate, soca, quebra, machuca, com muita vontade e todo o seu potencial. Ele se encolhe. Não xinga nem protege. Aguenta calado. Ela também não xinga. Bate até cansar. E sai. Ódio, Indignação, Agressividade.
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Noite. Sozinha. Perdida. Longe de casa. As letras de neon de uma casa de shows alternativa ditando a aura da rua. Um homem gordo. Cheiro de cigarro. Ela trajando uma saia pink, blusa rendada e salto alto. Fome. Pouco dinheiro. Dois homens mexem com ela, nada obsceno, mas ela resolve andar mais rápido. O barulho do salto no asfalto. Vergonha, Medo, Insegurança.
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Conversas. Respostas rápidas. Palavras jorrando por impulso. Ambos gesticulando confusamente. Risos. Sarcasmos. Entrelinhas e mais risos. Falam sobre assunto nenhum e não parecem nem um pouco preocupados com a densidade e importância dos temas e teses. Às vezes discordam sem raciocinar e na maioria mentem morais sem saber o porquê. Divertem-se. Entretêm. E agradam. Então entra um terceiro na roda, cujos tópicos são mais bem articulados e chamativos. Ela sede o espaço. Logo se perde na discussão e para de tentar se posicionar. Eles continuam a conversar no mesmo rítmo, naturalmente. Ciúme, Raiva, Auto-depreciação.
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Colação de grau. Oitava serie. Orador da turma. Palco. Microfone. As mãos dela estão tremendo e suando, com varias pequenas aglomerações de vermelho por baixo da pele branca e fria, então. Põe o papel no suporte e respira fundo, discretamente, tentando disfarçar o nervoso. Silencio. Todos os olhares. Uma tosse. Sua deixa. Começa, a voz treme, decide olhar para o fundo da sala, começa a proferir as palavras já tão bem ensaiadas. Vai muito rápido, percebe que está fugindo das entonações que ensaiara com tanto apreço, e no caminho seus olhos se encontram com aquele amigo. Ele faz uma careta engraçada e caçoa sobre postura da professora carrasca. Ela ri histericamente, para de falar, olha para as pessoas das três primeiras fileiras. Ele sorri e a olha afetuosamente. Ela volta os olhos para e primeira linha e recomeça o discurso, sem ligar para as palavras que acaba trocando e inserindo um ou outro gracejo improvisado. O discurso acaba. Aplausos. Segurança, Confiança, Aceitação, Amizade.
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Cachorro. Pelos brilhantes e macios. Mau hálito. Latidos. Mordida. [?]
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Entre os zilhões de coisas que me passaram pela mente hoje (influenciadas por músicas, ideias e puro tédio, ilustrando cada sentimento que me contemplou nessa tarde), vomitei aqui os que estavam me dando indigestão.

sábado

Reflexo

Sinto raiva do espelho. O reflexo me pega desprevenida, me assusta e me decepciona. E o impulso é julgar, sempre é julgar; por prazer, por maldade, por necessidade, por distração... Logo eu me coloco encurralada. Jogo no espelho a minha desaprovação, mas ele reflete. Me encara com os olhos frios, com a mesma boca torta por sinismo. Aumenta ainda mais a minha raiva. E a incompreensão. Quem é ela pra me julgar? O que ela pensa que é pra vir vomitar tamanho desprezo? As sobrancelhas arqueadas, a face sempre apática. Estou cansada do espelho. E dos cadernos, das coisas, das roupas. Há tempos que também estou cansada das palavras. Das noções vagas, dos planos falhos, de toda essa esperança. Odeio assistir ao noticiário. E a filmes que não entendo. Me forçam a engolir a covardia da vítima, os golpes mal dados, a manipulação da mídia, o roteiro vago e mal iterpretado, os clichês vazios... A minha realidade. E estou farta dela. Não aguento mais nenhuma colherada, gole, pedaço, alusão. Mas tudo bem, faz tempo que não assisto a filmes ou noticiários. E também faz dias que não penso no meu desconforto comigo. Estou aprendendo a deixar, esquecer, me distrair, calar. E também estou tentando aprender a usar certo a cedilha. Voltei a decorar o meu quarto, é um bom sinal. Quero muito colocar renda no teto, comprar um lustre de palha, tirar os adesivos de Wendy e de coraçõezinhos da porta, terminar de colar as frases em cima da cabeceira... E continuar folheando as revistas sobre profissões, terminar de ler aquele livro, aprender física, baixar músicas. Mesmo continuar rabiscando aqui. Depois de um ano, minha unha está comprida novamente. Talvez eu até queira pintá-la de vermelho. E tampar os espelhos. Isso, tampar todos os espelhos.

quarta-feira

!

Que saco
Preciso de uma ocupação que não seja pensar
Meus pensamentos estão me enlouquecendo
Quero um modelo pra admirar
Ou simplesmente alguém pra gostar
Quando vão dizer as palavras que me tiram o fôlego?
Preciso me sentir diminuída perto de alguém melhor
E de algo que me deixe acreditar na sua poesia grotesca
Essa ansiedade por me culpar
Tô cansada de me arrepender sem motivo nenhum
De fingir que vivo tanto na minha ideologia quanto na minha hipocrisia
Eu sei que não existo pra nenhuma das duas
Meus desabafos me irritam de um tanto... (nem vou tentar coesão)
Minhas desilusões são sempre tão tolas
Eu sou tola
E ainda assim acho justo exigir alguém superior
Pra fingir que amo
Ainda me acho digna de escrever com letra maiúscula
Não, eu não sou
- não sou -
Te acho tão ridículo
Não te entendo
E nem você a mim
Gosto de fazer coisas que eu repudio pra afirmar minha baixeza
Quando me julgam vil e me convencem
Pois é
Que belo lixo
Meus grandes dilemas nunca passaram de besteira
Hahaha, e eu que me acho importante
Droga, e vocês?
Todas as minhas sílabas passam pela minha censura
Apago as verdades que podem ferir aqueles mais frágeis
Mas os fonemas não
Por isso sou boba
Ainda mais perto de alguns
Na verdade sou imbecil em tempo integral; escondo bem
Ao ponto em que vejo que alguns o reconhecem vejo que outros me admiram
Tenho dó
Só metas compradas e sonhos implantados
E aquilo que eu realmente quis logo se provou impossível
Nessa droga legalizada (e sem efeito)
Pois é, sem coesão
Mas tanto faz, ninguém entenderia ainda que eu usasse as palavras direito
Se eu conseguisse
Enfim, ...
Que saco.

quinta-feira

Cotidiano

Hoje eu tirei a manhã pra sonhar. Inventar histórias, chorar e rir com elas... Me caçoei em pensamentos, e até me relevei um pouco. De horas em horas, os pensamentos começavam a ficar monótonos, e o tédio batia... Então eu tentava pregar o olho na linha que lia antes de começar a divagar, e minha mente se permitia outra viagem.

Passei por diálogos idealizados com as pessoas as quais admiro, depois por viagens que gostaria de fazer. Imaginei cada mínima conversa, cada olhar e cada cor. Pensei em faculdade, na decoração que um dia darei à minha casa; pensei nos sufocos que hei de passar com a minha filha (que, como torce minha mãe, - e eu também, confesso - há de ser uma chata de galochas), brinquei com minhas expressões no espelhinho do estojo; me chateei com o hipotético chefe cruel...

Pensei até nas pessoas que não suporto. Remoí as respostas que nunca dei, imaginei o sangue nos rostos que eu quis - ainda quero - ralar no asfalto; pensei até naquele cara que me chutou por insegurança.

Quando me cansei, olhei pro relógio: hora do banho. Entrei neste distraída, ainda acho que não lavei tudo o que devia. Então fiquei curtindo a água quente, me recusando a olhar pra baixo, tamanho o desgosto que sei que sentiria. Desenhei no espelho, deixei a bucha cheia de espuma, e me enrolei na toalha.

Aí almocei, pouco, juntei meus livros e saí correndo pra não perder o ônibus. Entrei nele, aquele calor, e me sentei no primeiro banco livre que encontrei. Analisei calmamente cada um que entrou, fazendo suposições sobre as respectivas personalidades - adoro fazê-las.

Pego esse ônibus todos os dias há quase dois anos. Já me familiarizei com algumas figuras. Uma professora sorridente, que sempre trata bem os velhinhos, uma garota dark, cuja voz é musical e com quem eu sempre quis conversar; e inúmeras outras personalidades quaisquer.

Duas me chamam a atenção: um homem (que eu vi pela primeira vez quando lia "Capitães da areia" e que por isso ficou eternamente gravado no meu subconsciente como o padre do livro) de meia idade, com traços miúdos, cabelo ralo e insegurança gritante com quem eu S-E-M-P-R-E quis conversar, mas que, embora me olhe todos os dias e escute as minhas conversas quando as profiro, nunca se sentou ao meu lado, ainda que eu sempre guarde-lhe um lugar; e um outro homem, que é a personificação do meu medo mais profundo: um típico fracassado de romance naturalista. Me corta o coração falar assim desse homem, tal qual me corta olhá-lo. Dia desses, inconformada com a aflição que sentia ao olhá-lo, comecei a me investigar o porquê. Descobri que tenho dó do desgraçado. As orelhas de abano, a cabeça triangular, as entradas grandes, o bigode escuro, o olhar baixo e o uniforme de ajudante do supermercado classe C. Adoraria saber o que dizer para melhorar o dia daquele homem.

Outras pessoas passaram a roleta, e minha costumeira seção de "ódio-próprio", como gosto de chamar, começou. Mas nesse dia foi um pouco diferente. Ironizei três ou quatro dos meus traços caricaturais, mas uma voz em mim respondeu com compaixão.

- Hoje é o dia do amor próprio, Marina? - respondeu outra voz.

A primeira riu das outras duas, e continuou. O padre de "Capitães da areia" entrou e passou reto. Resolvi parar de me depreciar, eu merecia ter um dia de descanso.

Suei mais algumas gotas até o ônibus parar na porta da escola, onde eu desci. Olhei para meus "coleguinhas", todos tão cheirosos (irritantemente cheirosos, juro que me coça o nariz) e arrumados, e senti pena deles. Deles ou de mim, não sei ao certo. Tentei passar o cartão, que nunca me dá mole, e na terceira vez consegui. Entrei, subi a rampa, sentindo neste ponto do dia a vontade de sumir que sempre eu sinto, então passei reto pelos meus colegas e adentrei a sala. Fui ao meu lugar, me sentei, e então percebi que esquecera o livro. Não é cultura, tampouco interesse. É mais a minha saída fácil para disfarçar os amigos que não tenho. Bom, de qualquer modo, sem o livro fui forçada a abrir o material e fingir que estudava algo.

A aula começou, tentei me concentrar - mas foi em vão. Tudo bem, afinal, eu havia me dado esse dia de presente. Voei a aula toda, me prendendo a filminhos que eu protagonizava; mas nem sempre como o moçinho. Adoro os meus filminhos. Neles eu nunca esqueço as palavras, nunca sou ridicularizada, e, sobretudo, nunca sou pega em flagrante. Neles eu até convenço àquelas pessoas que eu sei tão superiores de que eu também sou digna do cair do queixo delas. Esse, em particular era um drama, no qual eu era terminantemente humilhada por obra de uma tentativa de psicologia inversa. Contudo; o professor passou outro exercício e a ideia me fugiu.

As aulas continuaram, cansativas, minha barriga roncando graças ao almoço fraco e ao lanche que eu esquecera, e a bexiga explodindo, por obra da minha preguiça de descer a rampa e ir ao banheiro. Ao som do sinal de saída, me retirei. Não disse nenhum "tchau", e não, isso não me incomoda. Entrei no carro, abaixei o som como eu sempre faço (meu chofer - mentira, é perueiro - tem mania de som no último) e me entreguei a alguma conversa sem nexo com o motorista, que eu digo meu amigo. Ele me conta todos os segredos dele, e eu finjo que me importo, até dou conselhos; ao final do que eu conto os meus, sabendo que ele não está ouvindo nem uma palavra, mas os digo mesmo assim, pelo conforto barato que isso me dá. Nesse dia não foi diferente.

Entrei em casa, tirei a camisa de uniforme, a calça jeans, o tênis e as meias - tomando, é claro, o cuidado de não olhar pro espelho - e me enfiei em uma camisa gigante, que uso como vestido. Comi muito mais do que precisava, fui até o quarto, coloquei meu cd mais recente no rádio - aquele com as únicas vinte musicas grunge que conheço - me embolei na cama e chorei um pouco. Nem mesmo sei dizer por que. Acho que me dá prazer. Findo o cd, peguei o mesmo livro das primeiras horas da manhã e tentei costurar os olhos na mesmíssima linha. Fiquei com sono, fechei-o e dormi: amanhã começaria tudo de novo.

sábado

- Você é feliz?
- Não.
- Por quê?
- Porque eu não sou quem eu gostaria de ser.
- Alguém é?
- Não sei.
- Ninguém é.
- Por quê?
- Porque querer ser subentende não ser.
- Então a felicidade não existe.
- Não.
- Então por que a pergunta?
- Para provar minha teoria.
- Para quem?
- Para mim.
- Por quê?
- Para me consolar.
- Quanto a quê?
- Minha felicidade.
- Entristece-lhe?
- O tempo todo.
- Como?
- Fazendo-me egoísta.
- ...
- Egoísta. Insensível a dores alheias.
- Então todos os felizes são egoístas?
- Sim, exceto os infelizes.
- Mas os infelizes não são felizes!
- Por isso eu digo que o são.
- Você é louco.
- Provavelmente...
- Felicidade não existe.
- Não.
- Então ninguém é egoísta.
- Eu sou.
- E por isso é feliz?
- Você entendeu a teoria.

terça-feira

Minha inexatidão

a gafe com chutes por baixo da mesa
o olhar de censura
o cheiro de chuva
a fofoca que ninguém contou
a panela de brigadeiro
o trânsito das sete horas
a briga de rua com torcida
o CD riscado
o pé sujo
a silhueta de um sorriso
o livro grosso e chato
o café quente demais
a impotência sexual
a história repetida
a ideia sem nexo
o clichê hollywoodiano
o plano maquiavélico
o vizinho implicante
a verruga com pelo

sábado

Eu vou acabar ficando louca.


Preciso de qualquer coisa real, se é que ainda existe alguma. Preciso sair deste tempo, deste país. Preciso de cultura, preciso de sabedoria. Preciso de um amor, de uma aventura. Preciso de uma vida, para revesar meus pensamentos. Preciso saber que existe algo além da minha ficção insensata, surreal. Preciso entender como eu sou, pra explicar à mim mesma quem pretendo ser. Percebo a loucura logo ali, e vejo a sátira de todo esse quadro supérfluo-adolescente em cada esquina. Preciso acreditar, mas plenamente. Preciso decidir, entre a frustração ou a alegria superficial. Preciso que vejam, e que acreditem também. Preciso saber, preciso muito saber. Preciso dá-los o que entender, mas antes preciso entender o que me deram; me deram muito. Preciso ganhar, ser melhor e maior. Preciso matar o ego de mim, preciso me deixar morrer. Preciso também da certeza de que vou renascer, preciso dela enquanto viver. Preciso da beleza antiga, aquela que me descreveram tão bela; preciso da beleza, qualquer que seja ela. Preciso dela, preciso agora; mas a preciso real, como nada neste mundo. Preciso daquela velha ficção amarelada. Preciso existir, hoje e um dia. Um dia longe daquele passado amarelo, e desse presente azul brilhante.

quarta-feira

Intensidade e plenitude.


Eu quero ouvir minha respiração ofegante,
E sentir meu coração bater
Eu quero descobrir como é amar,
E saber o que é viver

Eu quero correr pela estrada deserta,
E empurrar as pessoas na multidão
Eu quero soar pra ficar limpa,
E desentoxicar minha imaginação

Eu quero nadar nos lagos azuis,
E me afogar nas emoções
Eu quero brincar com os meus medos,
E caçoar minhas decepções

Eu quero ver o sol nascer,
E beijar o sal do mar
Eu quero ver você chorando,
E saber te consolar

segunda-feira

Grr


E de repente eu olhei pra aquelas pessoas que costumavam me conhecer tão bem, e pra aquele lugar que já me fez tão feliz, e senti vontade de chorar e chutar a porta...

(pra sentir a dor e pra avisar que eu ainda estava ali, em pé, sozinha)