"Questão a resolver: como conciliar a crença que o mundo é, em grande parte, uma ilusão, com crença na necessidade de melhorar essa ilusão? Como ser simultaneamente desapaixonado e não indiferente, sereno como um velho e ativo como um jovem?" Aldous Huxley

sexta-feira

Sarcasmo.


Me desculpe se eu te deixo mal. Me desculpe se eu não sou o que você esperava. Me desculpe se eu não penso como você acha que eu deveria. Me desculpe se eu sou grossa. Me desculpe se eu não te ouço. Me desculpe se eu ajo por impulso. Me desculpe se eu rio dos seus assuntos serios. Me desculpe se eu te envergonho. Me desculpe se eu sou hipócrita. Me desculpe se eu te humilho as vezes. Me desculpe se eu não ligo. Me desculpe se eu erro. Me desculpe se eu choro. Me desculpe se eu falo na hora errada. Me desculpe se eu sou fútil. Me desculpe se eu sou vingativa. Me desculpe se eu não aturo ninguém. Só não espere que eu me desculpe por dizer a verdade que você não queria ouvir...

Vencida.


Ele olhou para o chão. O silêncio reinou. Ambos sabiam que nada mais poderia ser feito ali. Ela encarou a porta enquanto a furia e a melancolia brigavam dentro de si. Ele continuava errando. Fraco como sempre, não suportou olhar para suas perdas e assumir as consequências. Fraco como sempre, tentou maquiar suas burradas com outra mentira. Eu te amo. Ela o analizou e seus olhos brilharam. Só durou um segundo. Então a verdade caiu sobre seus ombros. Aquilo doeu, mais que um tapa e mais que sair andando rumo à porta. Foi a dor de saber que ele não mudaria. A dor de saber que era o fim. O fim de algo que nunca deveria ter começado.

(o fim que talvez ela não fosse forte o suficiente para deixar acontecer)