"Questão a resolver: como conciliar a crença que o mundo é, em grande parte, uma ilusão, com crença na necessidade de melhorar essa ilusão? Como ser simultaneamente desapaixonado e não indiferente, sereno como um velho e ativo como um jovem?" Aldous Huxley

segunda-feira

Amor platônico?


O Brasil é um meninão parado, que não entende de música nem de Shakespeare, daqueles que não vêem nexo em brigas ou em tinta pra cabelo. O Brasil é um meninote desengonçado, daqueles que adoram a camisa três números maior. O Brasil é um rapazinho cheio de espinhas, daqueles que espalham bons principios sem intenção nenhuma. O Brasil é um excluido, um invisível. O Brasil é aquele cara que todo mundo inveja nos cantos mais escuros do subconsciente.
-
O EUA é uma moçinha na moda, daquelas que lêem revista teen e usam calça colorida.

Tropeços


Eu sinto os sonhos presos em mim. Eu sinto o cheiro das suas mentiras a me sufocar. Falseio com o peso das palavras não ditas... Será que eu ainda vou cair? Hei de cair, todos eles parecem saber. Me observam ansiosos, me vigiam sem me guardar. Quem estenderá a mão a me levantar? Vejo pessoas passando, mas não vejo brilho em seus olhos. Eles fingem muito bem, mas não parecem dispostos a me ajudar. Ouço um sino atordoante, é o sinal de largada... e a corrida começou. Apostando para ver quem chega mais rápido ao fim, ao pódio do eu te disse. Jogando no nada sua ultima gota de suor, esbaforidos com a pressa de saber. Eles vão chegar, cedo ou tarde, e logo a corrida acaba. Vidas gastas em vão, enquanto as palavras pesam mais e mais... e o relógio avança, ele vai me engolir. Corro do tempo, corro dos sonhos, corro da corrida e corro de mim. Duas estradas, por qual seguir? Nenhuma é bela e nenhuma é escura, são só caminhos, caminhos quaisquer. O tempo se aproxima, parece faminto. O extinto de sobrevivência me joga sobre o mato, sem estrada e sem caminho. A folhagem parece dura, mais dura que o chão e mais dura que os erros. Um tapa na cara que soa de medo. Me levanto bem rápido, sem mão, sem nada. Olho pro céu e dou um basta em tudo. O tempo para. Os sonhos esperam. As mentiras ficaram para trás. As palavras me encaram do chão. A corrida acabou. Leve mas não livre, viro meu corpo e caminho à rumo oposto. O sol brilha quente e as flores cheiram a dor. Meu coração se esfria enquanto meus olhos esquecem do amor.