"Questão a resolver: como conciliar a crença que o mundo é, em grande parte, uma ilusão, com crença na necessidade de melhorar essa ilusão? Como ser simultaneamente desapaixonado e não indiferente, sereno como um velho e ativo como um jovem?" Aldous Huxley

sexta-feira

ha ha ha ha ha


Só agora eu percebi...

Que eu posso ser a minha melhor amiga,
Que o que os outros pensam não é a verdade,
Que o que eu sinto nem sempre pode ser dito em voz alta,
Que comprar briga é estupidez,
Que vaidade é um peso,
Que acreditar basta,
Que amor próprio é a alma da felicidade,
Que rir sozinha faz muito bem,
Que querer demais enlouquece,
Que gestos mudos gritam alto,
Que se focar no futuro não é tão chato,
Que relacionamentos são de mentira,
Que precisar e não ter é a pior tortura,
Que dor ensina e musica cura,
Que nem todos querem ver como eu vejo,
Que o clímax fica nos detalhes,
Que desconhecer o amor não faz dele menos real,
Que você nunca foi quem eu pensei.
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Expectativas


Você quer ser de verdade. Você quer sentir plenamente. Você quer ser belo e culto. Você quer ser humilde. Você quer saber que é bom. Você quer que saibam que você é bom. Você quer olhar pra cima e rir da vida. Você quer que os outros entendam o que você diz. Você quer poder ficar no topo. Você quer que o tempo seja favorável. Você quer amar alguém.

Mas sua inteligência tosca não te deixa ser de verdade, e nem sentir plenamente. Sua determinação coagida te afasta da beleza e da sabedoria. Seu fascinio com a perfeição borra sua humildade projetada. Sua baixa estima emudece os elogios. Sua revolta sem sentido eneblina o céu mais azul. Sua sede por voz própria te leva a gritar alto demais. Sua falta de preparo deixa a escalada mais longa. Sua pressa atrasa o tempo. E não, você não sabe... Mas amar alguém é negar tudo isso.

Sobre deus (parte três)

Acho que a parte dois foi por desencargo de consciência. Se deus existe, ele deveria me castigar por isso.

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E se eu te dissesse que ninguém mais liga?

Sobre deus (parte dois)


Quando escrevi a parte um, tive medo de publicar. Tive medo porque não sei se acredito ou não.
Até ontem eu pensei que ser devoto a deus é indiferente, e que sendo uma boa pessoa, o que quer que existisse depois estaria ao meu alcance. Então analizei melhor o medo que confessei na primeira linha, e entendi. Talvez eu não seja uma boa pessoa.

falando nisso,
Até parece prentenção de deus querer ser conhecido e ter um nome que não deve ser utilizado em vão. Me remete ao absolutismo, há tanto superado. Se ele é tão perfeito, por que exige glória e fama? Talvez até deus precise de reconhecimento...

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Ouvi falar que cada um escolhe o seu caminho, e que criticar o caminho do próximo mostra falta de confiança nas próprias escolhas, por tanto: sigam seus caminhos e sejam muito felizes por lá! (:

Sobre deus.


Deus é a personificação do incentivo que os governantes criaram pra tapear o povo. Deus é a lei, o castigo e o vigio. Deus é a justiça e o justiceiro. Deus é a esperança dos fracos, e o medo dos frios. Crer em Deus é esperar algo em troca.

FAÇA O BEM PORQUE QUER O BEM, NÃO PELO SEU BEM.

quinta-feira

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chega de tentar convencer. chega de tentar entender. chega de exibicionismo.

segunda-feira

Um de fevereiro.


Primeiro dia de aula. Tudo cheira diferente. Brilha diferente. Cadernos novos, canetas intactas, a manhã parece mais clara e a tarde mais quente, os comprimentos ao chegar na escola, a maciez da cadeira da sala de aula, a diretora que parece mais grisalha, a professora de matematica que parece cuspir mais a cada ano, a fome no intervalo, a fila da cantina, o calor do pátio, o uniforme clareado, as apostilas novas, o aluno novo...

domingo

Trégua.


Matei um mosquito e me senti culpada. O ceu sujo de nuvens carregadas pareceu sombrio. As garotas gordas me encantaram em suas mini saias. Concelhos e confissões quebraram minha guarda. A insônia chegou com força, e trouxe reflexões atrazadas. A ética me obrigou a maquiar muitas conclusões. Me enganei e gostei do sabor. Assiti a filmes suficientes para ofuscar minha realidade. E depois de polida, ela pareceu um teatro monótono. Em alguma parte daquele inverno eu esqueci de ser dócil. No verão seguinte eu já nem lembrava dos cheiros. Cresci, ou fingi que cresci, e passei a ver tudo em preto e branco. Tentei então me rebelar. Não consegui. Me calei. Aí tentei mudar. Foi dificil. Tentei mais. O sol roubou lágrimas dos meus olhos. Compromissos me roubaram a sanidade. Tentei vingança. Falhei. Rostos sorriram ao meu redor. Rostos se fecharam ao meu redor. Rostos não se moveram ao meu redor. Muitos rostos estiveram ao meu redor. Por todos os lados, com todas as mascaras. Olhei de volta. Sorri de volta. Chorei de volta. Julguei de volta. E por fim, cansei de volta. Agora o tempo está lindo, e eu quase ouço um riacho chiar de longe. Acho que mereço um descanço.

sábado

Culpa, pena e tempo.


Isso a persegue. Isso a derruba. Todos os olhares cautelosos e os gestos amorosos, eles a cegam. Dó é a culpa mais dolorosa. E amor, a mais ardente. A ardósia vai continuar intacta, e a rosa vai continuar morrendo, ambas pegando pó e empalidecendo com o tédio. Tantas noites de chuva ainda hão de lavar os sonhos, enquanto tantas rajadas de vento ainda hão de molhar as janelas. E tantas vezes você ainda vai encarar as estrelas e se perguntar o porque de tantas oscilações de sabor. Mas quem sabe talvez, depois de todas essas noites, e depois de todos estes hormonios, ela não se molhe na chuva e não se seque ao vento, e com a cara virada pro brilho nude das estrelas que lhe juraram tantas coisas, ela não se permita chorar? E, meu amigo, não se esqueça, quando este dia chegar, permaneça na cama. Ouça os soluços e os engasgos molhados. Despiste as mentiras que tentarem aparecer. Sinta o calor que virá quando acabar. E se acabar, nunca mais a console.

quarta-feira

Deixe ser.


É preciso ter feridas para ter historia, ter cicatrizes para ter provas, e ter historia e provas para ter vivido. Então viva, porque feridas se curam e cicatrizes tem seu charme...

segunda-feira

Importancia.

Quando tudo parece sem sentido, paramos pra refletir.

E ai vemos a desimportancia das coisas.
E ai notamos que refletir é desimportante.
E ai tudo parece vazio.
E ai vemos que tudo é, de fato, vazio.
E ai nos propomos a viver sem pensar.
E ai notamos que viver é pensar.
E ai tudo fica sem sentido, mais uma vez.

The great escape.



Paper bags and plastic hearts
All our belongings in shopping carts
It's goodbye...
But we got one more night

Let's get drunk and drive around
And make peace with an empty town
We can make it right...

Throw it away, forget yesterday
We'll make the great escape
We won't hear a word they say
They don't know us anyway

Watch it burn, let it die
Cause we are finally free tonight

Tonight will change our lives
It's so good to be by your side
We'll cry...
But we won't give up the fight

We'll scream loud at the top of our lungs
And they'll think it's just cause we're young
And we'll feel so alive

[...]

All of the wasted time
Hours that we left behind
Answers that we'll never find
They don't mean a thing tonight...

boys like girls

domingo

Cansaço austero.

Me sinto pesada, suja e errada. Como uma alma pura que nunca fez caridade, como um potencial pisado e chutado. Tanta coisa que eu poderia fazer. Tanta coisa que eu poderia ser. Inúmeros futuros na prateleira, inúmeras ações esboçadas nos projetos. Necessidades que de repente nem são mais necessárias. Supérfluos sem os quais eu não seria nada. Divindades que eu ignoro, idiotices que eu idolatro... Crenças, opiniões revolucionarias, então porque ainda sinto este vazio de vontade própria? Crucificando o ego alheio mas sempre cuidando das aparências. Fingindo que não preciso de ninguém e esperando desesperadamente que alguém precise de mim. Olho pra minha historia... tão pequena. Anos e anos de catança, porque a mochila ainda está tão leve? Eu quero gritar correr e quebrar tudo pelo caminho. Planos e mais planos. Num segundo parece que eu consegui tudo o que sempre quis, e então eu já não quero mais nada daquilo. Me sinto miserável. Então me inspiro em qualquer coisa e proponho zilhões de mudanças. Ai penso que não sou capaz. Olho pro nada e encontro novos horizontes, então anoitece e eu os perco de vista. Eu penso tanto que acabo sem saber o que pensar, e eu quero tanto que acabo sem saber o que querer. E sem saber eu só acabo. E acabo sem saber...

sábado

Apelo.


Uma dica: Pare de cuidar dos problemas alheios, e talvez então os seus diminuam.
Uma ideia: Esqueça dos seus motivos e tente se lembrar das suas origens, e talvez então você não se contradiga.

Um conselho: Não se pare sempre que se flagrar perto demais de dar a cara à tapa, e talvez então você viva algo que valha a pena.

Um pedido: Diga mais “não” ao próximo que a si mesmo, e talvez então você poupe lamentos no discurso final.

Uma ordem: Acredite em você, e talvez então as pessoas acreditem.

sexta-feira

A verdade é falsa.

A decepção é a rotina. A surpresa é a contradição. O prazer é a estupidez.
O perdão é mentira. O amor também. O desejo é ilusão. A satisfação também.

A amizade engana. A paixão enlouquece. O consumismo completa. A culpa corrói.
O respeito é cego. O ego é surdo. A revolta é muda.
A vida ensina. A morte cala. A nascença começa. A alma acaba.
Quem viu sente. Quem sabe conhece. Quem quer tem.
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Menos opções. Menos promessas. Menos desejos. Mais vida.

sábado

Ambivalência.



Uma nova perspectiva crescendo. Eu acredito nela. Ela pode ser a minha chance. Ela pode ser a cura.
Uma velha empolgação caindo. Eu gosto dela. Ela pode ser a minha chance. Ela pode ser a cura.


sexta-feira

Sarcasmo.


Me desculpe se eu te deixo mal. Me desculpe se eu não sou o que você esperava. Me desculpe se eu não penso como você acha que eu deveria. Me desculpe se eu sou grossa. Me desculpe se eu não te ouço. Me desculpe se eu ajo por impulso. Me desculpe se eu rio dos seus assuntos serios. Me desculpe se eu te envergonho. Me desculpe se eu sou hipócrita. Me desculpe se eu te humilho as vezes. Me desculpe se eu não ligo. Me desculpe se eu erro. Me desculpe se eu choro. Me desculpe se eu falo na hora errada. Me desculpe se eu sou fútil. Me desculpe se eu sou vingativa. Me desculpe se eu não aturo ninguém. Só não espere que eu me desculpe por dizer a verdade que você não queria ouvir...

Vencida.


Ele olhou para o chão. O silêncio reinou. Ambos sabiam que nada mais poderia ser feito ali. Ela encarou a porta enquanto a furia e a melancolia brigavam dentro de si. Ele continuava errando. Fraco como sempre, não suportou olhar para suas perdas e assumir as consequências. Fraco como sempre, tentou maquiar suas burradas com outra mentira. Eu te amo. Ela o analizou e seus olhos brilharam. Só durou um segundo. Então a verdade caiu sobre seus ombros. Aquilo doeu, mais que um tapa e mais que sair andando rumo à porta. Foi a dor de saber que ele não mudaria. A dor de saber que era o fim. O fim de algo que nunca deveria ter começado.

(o fim que talvez ela não fosse forte o suficiente para deixar acontecer)