"Questão a resolver: como conciliar a crença que o mundo é, em grande parte, uma ilusão, com crença na necessidade de melhorar essa ilusão? Como ser simultaneamente desapaixonado e não indiferente, sereno como um velho e ativo como um jovem?" Aldous Huxley
Eu acredito em você, confio em você. Você é capaz. Você é forte o bastante. Sua falta de confiança parece te atrapalhar, mas sabe.. é só um charme. Sem saber o que fazer, você faz dar certo; sem saber o que dizer, você cala a todos; sem saber por onde olhar, você mira no alvo. Você sempre dá a volta por cima, você sempre os surpreende. Você é única, você é especial. Vá até lá e acabe com eles. Se orgulhe por ser quem é. Eu acredito em você. Eu confio em você.
Meio sentada, meio morta, jazia estática com a cabeça derrubada, ombros soltos e pele a mostra. Respirava, ouvia e via, mas o ambiente era tão calmo que não fosse o barulho de suas veias enchendo e vazando. Ao seu redor, livros, canetas, papeis amassados, idéias vagas. Entre pressões e opressões, boas notas eram um dever, estudar uma condição. Seu corpo mal formado e a cabeça menos ainda, não parecia certo um futuro brilhante, na verdade, nada parecia muito certo dentre suas oscilações de humor. Nem alta nem baixa, nem branca nem negra, nem bonita nem feia, indefinida a definia. Adolescência, hora de formar opiniões. Turbulência, hora em que opiniões são inexatas. Vestibular. Amigos. Garotos. Livros. Filmes. Descobertas. Baladas. Decepções. Seu coração palpitava, confuso com tantos comandos do cérebro. Seu intimo se despedaçava, despreparado para tantas contradições. Sua mente gritava, surdo para tantos sinais. Seu todo nada fazia, amedrontado de mais para agir além do ambiente. E era assim, com livros e sonhos que o sol morto ia e voltava, e os dias passavam, e a vida acontecia. Seu nome é insegurança.
A meta do ser humano é a independência, e autoconfiança se inclui nas exigências. Penso que um número máximo para frustrações abafadas e um número mínimo para pedidos de desculpas também deveriam ser adicionados à lista. Uma taxa obrigatória de humildade e outra de coragem não fariam mal, mas enfim, para o bem de uma camuflagem convincente melhor não propor regras que não posso cumprir certo? Então é isso, minha proposta fica entre o falso sorriso que aproveita o momento e o “eu não ligo” fictício que blinda o bem estar de cada um...
Escolhas que escolhemos sem querer ao seguir caminhos, e caminhando sem andar, pensamos em decisões que decidimos sem pesar; e assim a vida segue, sem parar pra tomar fôlego, um lance atrás do outro. Fica muito fácil errar sem ter tempo para planejar a rodada, mas a sorte prefere as atitudes precipitadas...
Linda, inteligente, sabe o que quer. Quando passa não deixa escapar um misero olhar. Engraçada, nunca fica sem assunto. Sabe provocar, sabe amenizar, briga com classe e se diverte sem frescuras. Ao mesmo tempo que todos a desejam, todos se intimidam. Impõe presença mas é sutil. É otimista e também realista. Atrai inveja, mas nunca a sente. Tem a perfeita noção de quem é, e nunca se deixa enganar. É forte, decidida, mas às vezes também chora. O ponto é que ela nunca se arrepende, e praticamente nunca erra. Com ela os padrões se dissolvem, moda nenhuma parece certa. Se importa com todos, mas sabe como não ligar para ninguém. Cercada de amigos, quase nunca se sente sozinha. Sabe o que dizer e quando dizer, e também sabe o que não dizer e quando não dizer. Tem dons de todos os tipos, e os controla segundo suas necessidades. Segura de si, ofensa nenhuma a intimida. Segura de si, sabe bem como intimidar ou ofender.
Ela é o padrão, ela é a lei, ela é quem todas queremos ser.
Tão obcecada pela perfeição, tão iludida com os ideais, sempre indo contra as minhas verdades, sempre mascarando as minhas fraquezas. Não ligar é a moda do momento, então porque deixar que notem que eu choro depois do tchau se eu posso pintar um lindo sorriso e enganar o meu espelho? Porque me render e correr atrás, porque me rebaixar e perguntar, porque esquecer ou superar? É tão mais fácil não ligar, tão mais fácil não falar.
Amor, namoro, par perfeito, príncipe encantado, casamento, AAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAH. Quem implanta nas nossas cabeçinhas desde sempre que pra ser feliz é preciso estar com alguém? Deve ser a mesma maldita criatura que implanta que popularidade, sexo e beleza trazem felicidade. Qual será o tempo que cada um de nós precisa para entender que a beleza é relativa, o sexo dispensável e a popularidade estúpida? Pior, qual será o tempo preciso para entender que o amor próprio é tão suficiente quanto o amor entre dois seres? Estar acompanhado é só um detalhe, um detalhe fútil.
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Acho que o tempo necessário e o ser que implanta tais verdades são diretamente proporcionais.
Alguns perdem, outros se perdem; alguns decepcionam, outros se decepcionam. O fato é que todos cansam, de si, a si, do mundo, o mundo; tão inevitável quanto a morte é se fartar das mesmices da vida.
Estudar arduamente pra receber um boletim nojento, se comportar perante as regras pra ninguém perceber, ser discreta e bondosa pra ninguém ligar. CHEGA.
Viver um dia de cada vez não me basta, pensar em todos os outros dias não me cabe, me magoar com todas as perdas me corrói. Ponto final, só eu posso por um.
Não sei o que vou fazer, não sei se sou uma boa alma, não sei se vou passar no vestibular, não sei se vou encontrar o amor, mas sei que a partir de hoje eu vou ser feliz. Seja ignorando a tudo e a todos e me trancando em mim, seja falando com todo mundo e rindo a toa, seja estudando monotonamente e tirando boas notas, seja vivendo intensamente e sem ligar para os deveres.
Posso levar castigos, broncas, detenções, mas desilusões eu não carrego mais comigo. - Se me enganar me fizer bem, é o que eu vou fazer. Se te xingar me fizer bem, é o que eu vou fazer. Se me calar me fizer bem, é o que eu vou fazer.
Chamem de egoísmo, mas é preferível ser egoísta a infeliz. Pelo menos é assim que eu penso no momento.
É tão cansativo pregar que a vida foi feita para ser vivida acima de problemas estúpidos, quase tão cansativo quanto se preocupar com cada probleminha.
Porque fingimos tanto? Quem afinal tentamos impressionar pintando incansáveis máscaras? Se realmente ligamos para o que pensam, porque é tão necessário ao ego agir impulsivamente? Como pode ser errado se deixar abater por insignificâncias num mundo tão insignificante? Alias, porque estou querendo entender coisas que juro não julgar importantes?
As regras pregam como devemos ser, mais a verdade é que somos exatamente o contrario. Regras foram feitas para serem quebradas, logo são só mais um tópico na lista de exigências desnecessárias. Então a verdade mais pura é que todo esse padrão de comportamento só existe para não ser seguido. Talvez por isso não saibamos o que é perfeição.
Ser perfeito: ser como se deve ou ser como se é? Eu sou como sou, mas tento ser o que devo. Não consigo ser o que devo, me perco sendo o que sou. Seja o que for a perfeição, é perfeitamente distante, e seja lá qual for o modelo certo, é certamente errado.
“O céu está no chão. O sol não cai do alto ao claro à escuridão. O céu que toca o chão e o céu que vai ao alto, dois lados deram as mãos. Como eu fiz também, só pra poder entender o que a voz da vida vem dizer.”
Skank – Dois Rios.
Concordar com opiniões às quais você não acredita é tão errado quanto dar conselhos que você não segue?